sábado, 27 de agosto de 2011

Sabe,


as vezes eu fico pensando... como seria, se o destino não tivesse nos separado desse jeito tão cruel. Agora, provavelmente nós estariamos conversando sobre as aulas que teriam amanhã, ou falando merdas no msn. Eu sinto saudade disso. Dessa rotina. De levantar todo dia de manhã, te ligar pra perguntar que aula tinha. Depois ficar quase meia hora te esperando na parada, e ir conversando contigo até a escola. Eu queria isso tudo de novo, só mais ma vez. Os meus dias no Juvenal, os meu amigos daí. As aulas. Experiências que e sei que nunca vou ter de novo. Sentar naquela portinha, no escadão. Matar a aula do Paulo. Fugir da Gislaine. Jogar volei no pátio. Tudo o que eu queria de volta. Se nenhuma de nós rodasse,e tu não fosse pro IF, estaríamos terminando o segundo grau com 16 aninhos, e certamente sem saber que faculdade fazer. Iríamos fazer o primeiro vestibular que desse na telha, e passar por pura sorte. Provavelmente morar em Pelotas, como a gente tava sonhando esses dias, almoçar todo dia no Mc Donald's... Iriamos viajar, conhecer o mundo, depois casar, ter filhos, aliás nossos filhos já ia nascer amigos, vivendo um na casa do outro assim como nós. Sempre juntas, nas horas mais loucas, e nas mais difíceis também. Certamente, nossa amizade ia ser eterna. E nós seríamos as duas velhinhas mais loucas da face da terra, e quando uma de nós morresse, eu preferia que fosse eu, porque se eu já me despedaço chorando porque tu tá à alguns quilômetros de mim, imagina se eu te perdesse??   Com as histórias que tu me conta, eu fico pensando, que há alguns meses atrás eu tava junto, vivendo tudo isso. Só que pra mim acabou, pra vocês continua, a mesma rotina, as mesmas coisas, as mesmas pessoas, mas pra mim saber que isso não passa de lembrança misturada com vontade, é a pior sensação do mundo. Eu nunca tinha sofrido, nem chorado por saudade, (exeto quando meu cachorro morreu - e isso seria uma piada se eu tivesse como rir agora) eu não sei mais o que fazer. Eu achei que já tinha superado, desde que tu me mandou aquela carta eu não me sentia assim. Mas hoje, completamente do nada, me deu uma saudade enorme de 2010, e principalmente de ti. Sabe quando tu tá na aula, segurando pras lágrimas não escorrerem, e assim que tu pisa na rua elas vem à tona. Foi o que aconteceu comigo hoje. Eu preciso mais que tudo ter essas experiências de novo, e eu não to falando só de rever vocês, eu to falando de voltar na escola, no cais, naquela árvore da praça que tem meu nome marcado, todos esses lugares que marcaram demais nossos três anos juntas. É pedir demais?



Maio de 2011, de Milka Ricalde para Mariana Martins

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